Primavera(s) de Deus

  • Explicação

    Maria, figura central da próxima Jornada Mundial da Juventude, é o primeiro sinal da Primavera de Deus, no inverno da humanidade. Como no-lo recorda o lema da JMJ, partiu “apressadamente”, porque essa Primavera, anunciada pelos profetas e ansiada pelo “povo que habitava nas trevas” (Mt 4, 16; Is 9,1) não podia mais ser adiada: tinha de contagiar outros, como mais tarde fará seu Filho Jesus, pelos caminhos da Palestina.

    Passados dois milénios, o inverno persiste (conflitos, desigualdades e injustiças). Porém, tampouco essa Primavera deixou de dar sinal de si, da sua presença atuante.

    Propomo-nos descobrir e conhecer “rostos jovens” de Deus. Jovens que foram Flores e frutos de fé, testemunhando a alegria e a paz dos filhos de Deus, em situações extremas de sofrimento ou na defesa da pureza; flores e frutos de esperança perseverante no longo inverno persecutório da fé, em tantos lugares do planeta e ao longo da história; flores e frutos de caridade que perfumaram a humanidade, na entrega das suas vidas pela dos outros, mais pobres ou vulneráveis da sociedade, em defesa da verdade e da justiça.

    São raparigas e rapazes de 4 continentes, dos séculos XX e XXI. Uns, cristãos desde o berço, outros, conversões extraordinárias, onde e quando menos era espectável. Todos morreram cedo, mas marcaram o seu tempo e seus conterrâneos, porque todos frutos maduros. Assim são as Primaveras de Deus.

    Desafiamos-vos, ao longo deste ano, a conviverem com eles: tomai-os como companheiros de vida cristã, mestres com quem aprender, amigos espirituais em quem colher inspiração e a quem orar, pois a maioria é venerável ou beatificada.

Primavera 102 - JEAN-PAUL HYVERNAT

JEAN-PAUL HYVERNAT foi um padre da diocese de Versailles, França.JEAN PAUL HYVERNAT Cópia
Nascera em 1956, seguindo-se a 3 irmãos e antecedendo 3 irmãs. Sua adolescência e fé foram alimentadas pelo escutismo que se tornou uma das suas paixões.
Em dezembro de 1973, aos 17 anos, sentiu o apelo da vocação, decidindo torna-se sacerdote. A dúvida, porém, residia acerca do seminário a escolher, permitindo uma formação verdadeiramente católica, num ambiente de oração e fraternidade. Após “Maio de 68”, a Igreja francesa encontrava-se algo à deriva, à mercê de um certo liberalismo teológico. Este, sob o perigo de uma interpretação abusiva do Vaticano II, afetava a liturgia, a compreensão do Evangelho, a visão do sacerdócio ministerial e até alguns dogmas. Alguns setores da Igreja preferem “resistir” às mudanças. Alguma dessa resistência tornou-se dissidência, personalizada em Monsenhor Lefebvre que abre um seminário em Ecône.
Jean-Paul optou por ingressar nessa casa de formação, em fins de setembro de 1975. Contudo, a tensão e o distanciamento crescentes entre Lefevbre e o Vaticano levaram o jovem a preferir interromper seus estudos e iniciar o Serviço Militar, na esperança que a situação se pacificasse.

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Primavera 101 - VERONICA ANTAL

VERONICA ANTAL nasceu em 7 de dezembro de 1935, na Roménia.VERONICA ANTAL
Era filha de camponeses moldavos. Por estes estarem totalmente dedicados aos trabalhos agrícolas, Verónica esteve entregue à avó materna. Esta mulher simples e piedosa inculcou na criança um genuíno amor a Jesus e à Virgem Maria. Assim a preparou para a sua Primeira Comunhão.
Após o termo da escola primária, Verónica foi afetado aos trabalhos da quinta, condição habitual para os adolescentes de meio rural. Seu tempo livre era dedicado à oração e à catequese, juntamente com as crianças das redondezas. Aos 16 anos, decidiu consagrar-se a Deus. Mas tal não lhe era possível, pois as congregações religiosas tinham sido dissolvidas desde 1948, com a chegada ao poder de Georghiu Dej que instaurou um regime de tipo estaliniano. Nesse mesmo ano, a Igreja greco-católica fora extinta e, dois depois, foi a vez da Igreja latina ser perseguida, obrigando-a a prosseguir de forma clandestina. Vários bispos e inúmeros padres foram executados ou detidos.

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Primavera 100 - RODERICK FLORES

O 18 de Agosto de 1984 era um belo dia.roderickflores 3 Cópia
Os escuteiros do Instituto Dom Bosco de Mandaluyong, nas Filipinas, aproveitavam as férias da Assunção para passar três dias junto ao mar. Porém, de repente, a tragédia: duas crianças foram arrastadas pela corrente marítima. RODERICK FLORES (Erick, para os amigos), por ser dos mais velhos (tinha 15 anos), atirou-se à água por duas vezes. Conseguiu salvar os dois rapazes mas, esgotado, foi vencido por uma onda que o afastou fatalmente da praia. Seu corpo seria reencontrado sete dias depois.
Tal ato foi qualificado de heroico, mas no seu funeral, muitos preferiram falar em santidade. Na homilia, o padre Panfilo – futuro bispo na Papua-Nova-Guiné –, declarou: “Honestamente, posso dizer que nos oito anos do meu reitorado, ninguém superou a generosidade e bondade de Roderick Flores.”

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Primavera 99 - VICTORIA DÍEZ BUSTOS de MOLINA

VICTORIA DÍEZ BUSTOS de MOLINA nasceu em Sevilha a 11 de novembro de 1903.VICTORIA DIEZ BUSTOS
Era filha única de uma família modesta, mas muito dotada para os estudos e para as artes, nomeadamente no desenho. Academicamente, fez o Magistério e cursou em Belas Artes. Porém, seu desejo era ser missionária, “para ir até ao fim do mundo para falar de Jesus”.
Entretanto, conheceu o Instituto Teresiano, instituto secula fundado por São Pedro Poveda. Ao perceber que santa Teresa de Jesus se tornara mestra para “elevar a dignidade dos povos, moralizá-los e transformá-los”, Victoria entendeu que poderia fundir numa só seu futuro: viver o ensino como missão. Esse momento foi tão marcante que o chamou a “tarde do encontro”. A espiritualidade aí encontrada entusiasmou-a de tal maneira que, aos 23 anos, tornou-se “teresiana”.

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Primavera 98 - MARIA LICHTENEGGER

MARIA LICHTENEGGER nasceu a 4 de agosto de 1906.MARIA LICHTENEGGER Cópia
Seus pais esperavam fundar uma família numerosa, sonhando com um filho que enveredasse pelo sacerdócio e uma filha que se consagrasse a Deus. Eram desejos típicos dos lares cristãos da época. Porém, Maria acabou por ser filha única deste casal austríaco. Foi uma criança profundamente amada sem que, por isso, sua educação fosse descurada, tanto humana quanto espiritualmente. Camponeses de fé sólida, seus pais educaram-na pelo exemplo.
Maria tornou-se uma jovem extrovertida e alegre. Acompanha de bom grado sua mãe à eucaristia quotidiana, brinca com as amigas e associa-se ao coro dominical: era a mais bela voz da comunidade paroquial. Apreciava rezar, trabalhar, tornar-se útil, pronta a obedecer em tudo aos pais, ao pároco, ao professor. Confiava naturalmente e aplicava-se a tudo realizar com perfeição. Para ela, só importava que Deus fosse amado e que todos fossem felizes.

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Primavera 98 - ISABEL CRISTINA MRAD CAMPOS

ISABEL CRISTINA MRAD CAMPOS nasceu a 29 de julho de 1962, em Barbacena, no estado brasileiro de Minas Gerais.ISABEL CRISTINA MRAD CAMPOS 2
Pertencente a uma família católica e filha do presidente do conselho local, sua educação foi enraizada nos valores e moral cristã. Sua mãe e irmão Paulo Roberto estavam comprometidos na Sociedade de São Vicente de Paulo que acompanha e assiste pessoas desfavorecidas. Isabel associa-se a eles no auxílio aos pobres e doentes. Dedica-se especialmente aos meninos de rua, às mães solteiras e idosos que sofrem de solidão.
A oração e a eucaristia diária foram para ela eixos vitais. Apreciava peregrinar aos santuários marianos da região. Jovem e atraente, namora com um rapaz que partilha seus valores e visão. Decidiram não viverem juntos, guardando-se para o matrimónio.

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Primavera 97 - ALPHONSA MUTTATHUPADATHU

ALPHONSA MUTTATHUPADATHU, é a primeira santa canonizada da Índia.ALPHONSA MUTTATHUPADATA 2
Anna, assim se chamava, nasceu na região de Kerala em 1910.
Seu nascimento ocorreu em circunstâncias dramáticas. Sua mãe, quase em final de gravidez, foi atacada por uma serpente. Tal acontecimento provocou o nascimento prematuro de Anna e o falecimento da progenitora. A órfã foi confiada a uma tia, que a educou severamente. Já adolescente, pretenderam comprometê-la em casamento. Porém, Anna tinha outras pretensões. Lendo a “História de uma alma” de Santa Teresa de Lisieux, decidiu imitá-la e consagrar-se a Deus: “Amava Deus mais intensamente, procurando evitar a mais pequena falta e rezando com fervor acrescido.”
A muito custo conseguiu demover a tia das suas intenções casamenteiras.

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