Primavera 98 - MARIA LICHTENEGGER
MARIA LICHTENEGGER nasceu a 4 de agosto de 1906.
Seus pais esperavam fundar uma família numerosa, sonhando com um filho que enveredasse pelo sacerdócio e uma filha que se consagrasse a Deus. Eram desejos típicos dos lares cristãos da época. Porém, Maria acabou por ser filha única deste casal austríaco. Foi uma criança profundamente amada sem que, por isso, sua educação fosse descurada, tanto humana quanto espiritualmente. Camponeses de fé sólida, seus pais educaram-na pelo exemplo.
Maria tornou-se uma jovem extrovertida e alegre. Acompanha de bom grado sua mãe à eucaristia quotidiana, brinca com as amigas e associa-se ao coro dominical: era a mais bela voz da comunidade paroquial. Apreciava rezar, trabalhar, tornar-se útil, pronta a obedecer em tudo aos pais, ao pároco, ao professor. Confiava naturalmente e aplicava-se a tudo realizar com perfeição. Para ela, só importava que Deus fosse amado e que todos fossem felizes.
Sua primeira confissão, aos oito anos, foi para ela uma experiência marcante: maravilhou-se com a bondade de Deus. De tal maneira que decidiu confessar-se cada sábado e assim comungar diariamente. A eucaristia era para ela um momento especial. Com frequência era encontrada na igreja, ajoelhada, em adoração diante do sacrário.
Excelente aluna, Maria revelou-se igualmente uma catequista ímpar. Amava as crianças que o pároco lhe confiava: sabia como falar-lhes, encorajar, consolar… Aos treze anos, conciliava a piedade e a catequese com a aprendizagem junto de uma costureira.
O sacramento da Confirmação abriu-lhe novos horizontes. Sob a condução do Espírito Santo, a vocação missionária despertou nela: recolhia donativos para as missões e destribuía boletins para dar a conhecer a obra da propagação da fé, sem descuidar sua vida familiar, laboral e relacional. “Se nos damos a Deus devemos darmo-nos inteiramente e para sempre”, dizia ela.
Discretamente, visitava doentes e socorria pobres, aproximando-se espontaneamente dos mais desvalidos e excluídos. “Procura que nenhum dia se passe sem que tenhas dado alegria a alguém”.
Jejuava para partilhar sua refeição com quem precisava, rezava de noite, privava-se das suas economias para auxiliar as missões, sem que ninguém soubesse, tal era a sua jovialidade natural. Apenas seu pároco era conhecedor da profundidade e autenticidade da sua vida espiritual.
Adolescente, Maria atraia pela sua beleza natural. Irradiava pureza, ela que secretamente se consagrara a Deus, nas mãos da Virgem Maria, seu modelo.
Aos dezassete anos, questionava-se sobre sobre o seu futuro. Um dia, enquanto estava em adoração, pressentiu que a sua existência seria breve. Isso não a entristeceu. Pelo contrário, confiando-se ao pároco, “sei que vou morrer, mas a lembrança de saber que me reunirei ao meu bem amado Jesus enche meu coração de alegria”.
Em maio, acamou-se com uma bronquite. Seu estado degenerou para uma meningite tuberculosa. Maria não se queixava, oferecendo tudo a Jesus. O paróco recolhe suas confidências, maravilhando-o pela pureza e generosidade da jovem. Maria faleceu a 8 de julho de 1923, murmurando: “Meu amor, meu Salvador!”
Em 1956, sua causa de beatificação foi introduzida.
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