Primavera 99 - VICTORIA DÍEZ BUSTOS de MOLINA

VICTORIA DÍEZ BUSTOS de MOLINA nasceu em Sevilha a 11 de novembro de 1903.VICTORIA DIEZ BUSTOS
Era filha única de uma família modesta, mas muito dotada para os estudos e para as artes, nomeadamente no desenho. Academicamente, fez o Magistério e cursou em Belas Artes. Porém, seu desejo era ser missionária, “para ir até ao fim do mundo para falar de Jesus”.
Entretanto, conheceu o Instituto Teresiano, instituto secula fundado por São Pedro Poveda. Ao perceber que santa Teresa de Jesus se tornara mestra para “elevar a dignidade dos povos, moralizá-los e transformá-los”, Victoria entendeu que poderia fundir numa só seu futuro: viver o ensino como missão. Esse momento foi tão marcante que o chamou a “tarde do encontro”. A espiritualidade aí encontrada entusiasmou-a de tal maneira que, aos 23 anos, tornou-se “teresiana”.

Uma primeira experiência como professora levou-a até Cheles (Badajoz). Tudo se encontrava degradado (escola, residência, Igreja). Apesar das más condições, conquistou toda a população com a sua alegria e simpatia. Em 1928, foi transferida para Hornachuelos (Códova), lugar muito pobre e sob grande influência marxista. Com o seu salário, comprou sapatos, roupa e comida para as crianças mais necessitadas. Durante os oito anos que aí permaneceu, Victoria desenvolveu uma intensa atividade ao serviço da Igreja e da sociedade civil, além de se destacar como professora, pois seus métodos pedagógicos eram inovadores. Era querida , apreciada e respeitada por todos.
Pastorlamente, fundou uma secção da ação Católica para mulheres. Sob seu impulso, a vida paroquial ganhou novo ímpeto.
Todavia, o contexto político estava prestes a tudo alterar. A proclamação da república, em 1931, trouxe diversas restrições às escolas: retirada obrigatória de todos os crucifixos, proibição do ensino religioso... Em reação, Victoria formou catequistas para que ensinassem a doutrina cristã. Em 1934, a igreja local foi incendiada pelos marxistas. A jovem andaluz prontamente auxiliou o pároco e outros fiéis na reconstrução. Nesse contexto, cresceu nela a convição que iria aí ser mártir.
A 20 de julho de 1936, já com a guerra civil iniciada, o pároco foi preso, juntamente com mais 15 paroquianos. A comunidade católica viveu esse período com muita angústia. A todos Victoria procurava serenar e encorajar. Na sua oração, ofereceeu-se a Deus: “Senhor, eis a minha vida pela salvação de Hornachuelos, peço-te a salvação deste povo. Toma-me como caução!” Poderia ter-se escondido, fugido, mas seu lugar era ali entre aqueles que a adotaram. Por essa razão, abdicou das suas férias de verão junto do seu pai, em Sevilha. Tinha plena consciência do que lhe poderia acontecer. Ficou.
A 11 de agosto, chegou sua vez de ser detida. A 12 de agosto, os milicianos levaram-nos todos, em marcha forçada, a percorrer 12 quilómetros durante a noite, até uma antiga mina. Victoria exortava seus companheiros: “Ânimo, Cristo espera-nos!” Única mulher do grupo, foi o alvo fácil de insultos e grosserias.
Ao termo dessa caminhada, foram julgados sumariamente e todos condenados à morte. Victoria viu seus companheiros de infortúnio serem fuzilados, um a um. Quando por fim chegou sua vez, incitaram-na a que renunciasse à sua fé, gritando “Viva o comunismo!” Victoria, ajoelhando-se e apertando uma imagem da Virgem Maria que trazia sempre com ela, exclamou com voz forte: “Viva Cristo Rei e viva minha Mãe!” Imediatamente executada, seu corpo foi atirado, junto com os restantes, para um poço.
Um camponês que tudo observara, escondido, testemunho mais tarde toda a cena, coroborada por alguns dos criminosos arrependidos.
Victoria foi beatificada a 10 de outubro de 1993 por são João Paulo II, juntamente com Pedro Poveda, fundador dos eu Instituto, mártirizado como ela, por ódio à fé, em 28 de julho de 1936.

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