Primavera 101 - VERONICA ANTAL

VERONICA ANTAL nasceu em 7 de dezembro de 1935, na Roménia.VERONICA ANTAL
Era filha de camponeses moldavos. Por estes estarem totalmente dedicados aos trabalhos agrícolas, Verónica esteve entregue à avó materna. Esta mulher simples e piedosa inculcou na criança um genuíno amor a Jesus e à Virgem Maria. Assim a preparou para a sua Primeira Comunhão.
Após o termo da escola primária, Verónica foi afetado aos trabalhos da quinta, condição habitual para os adolescentes de meio rural. Seu tempo livre era dedicado à oração e à catequese, juntamente com as crianças das redondezas. Aos 16 anos, decidiu consagrar-se a Deus. Mas tal não lhe era possível, pois as congregações religiosas tinham sido dissolvidas desde 1948, com a chegada ao poder de Georghiu Dej que instaurou um regime de tipo estaliniano. Nesse mesmo ano, a Igreja greco-católica fora extinta e, dois depois, foi a vez da Igreja latina ser perseguida, obrigando-a a prosseguir de forma clandestina. Vários bispos e inúmeros padres foram executados ou detidos.

Não podendo concretizar seu sonho de consagração, Verónica adotou um estilo de vida religioso, mesmo permanecendo em casa e comprometida com os labores do campo. Tornou-se a alma da comunidade, assistindo os mais desfavorecidos, particularmente as mães em dificuldade, ajudando os doentes solitários e pessoas idosas, e ensinando o catecismo às crianças. Não fazia qualquer distinção entre os fiéis pertencentes à Igreja Católica e à Igreja Ortodoxa, revelando sensibilidade ecuménica.
Ingressou nas fileiras da Ordem Terciária franciscana (para leigos), que subsistia na clandestinidade. Por esse meio, fez o voto de castidade. Inscreveu-se igualmente na Milícia da Imaculada, fundada pelo padre Maximiliano Kolbe.
Diariamente, independentemente das condições meteorológicas, percorria os 8 quilómetros que separavam sua quinta da igreja de Halaucesti, para participar na eucaristia e comungar. No regresso, meditava e rezava os mistérios do rosário.
No dia 24 de agosto de 1958, seus pais dando conta que tardava em voltar da igreja paroquial partiram à sua procura. Encontraram já morta, num campo, segurando em suas mãos o terço. Fora apunhalada selvagemente, por 42 vezes. Pouco tempo depois, seu agressor foi detido: Pavol Mocanu, um jovem da vizinhança quis abusar dela. Verónica opôs-se oferecendo resistência até à morte, em nome da sua fé.
Alguns dias antes, teve conhecimento da história de Maria Goreti, jovem santa que morreu defendendo heroicamente sua virgindade. Tal foi o fascínio pelo seu testemunho que as amigas de Verónica ouviram-na afirmar que, em circunstâncias semelhantes, imitaria essa santa. Num pedaço de papel tinha escrito: “Eu sou de Jesus e Jesus é meu”.
Verónica foi imediatamente considerada e venerada como santa pela população local. Cada ano, no dia aniversário do seu martírio, realizaram-se uma procissão e eucaristia. Mesmo nos tempos mais sombrios da perseguição, congregavam-se centenas de fiéis. Sua reputação de santidade foi crescendo, polarizando a piedade popular e incitando a conferência episcopal romena e a ordem franciscana a introduzir sua causa de beatificação. Esta viria a concretizar-se em 2018, reconhecendo-a como mártir da pureza.

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