Primavera(s) de Deus

  • Explicação

    Maria, figura central da próxima Jornada Mundial da Juventude, é o primeiro sinal da Primavera de Deus, no inverno da humanidade. Como no-lo recorda o lema da JMJ, partiu “apressadamente”, porque essa Primavera, anunciada pelos profetas e ansiada pelo “povo que habitava nas trevas” (Mt 4, 16; Is 9,1) não podia mais ser adiada: tinha de contagiar outros, como mais tarde fará seu Filho Jesus, pelos caminhos da Palestina.

    Passados dois milénios, o inverno persiste (conflitos, desigualdades e injustiças). Porém, tampouco essa Primavera deixou de dar sinal de si, da sua presença atuante.

    Propomo-nos descobrir e conhecer “rostos jovens” de Deus. Jovens que foram Flores e frutos de fé, testemunhando a alegria e a paz dos filhos de Deus, em situações extremas de sofrimento ou na defesa da pureza; flores e frutos de esperança perseverante no longo inverno persecutório da fé, em tantos lugares do planeta e ao longo da história; flores e frutos de caridade que perfumaram a humanidade, na entrega das suas vidas pela dos outros, mais pobres ou vulneráveis da sociedade, em defesa da verdade e da justiça.

    São raparigas e rapazes de 4 continentes, dos séculos XX e XXI. Uns, cristãos desde o berço, outros, conversões extraordinárias, onde e quando menos era espectável. Todos morreram cedo, mas marcaram o seu tempo e seus conterrâneos, porque todos frutos maduros. Assim são as Primaveras de Deus.

    Desafiamos-vos, ao longo deste ano, a conviverem com eles: tomai-os como companheiros de vida cristã, mestres com quem aprender, amigos espirituais em quem colher inspiração e a quem orar, pois a maioria é venerável ou beatificada.

Primavera 76 - EGIDIO BULLESI

Quando vem ao mundo a 24 de Agosto de 1905, EGÍDIO BULLESI nasce croata.EGIDIO BULLESI
Mas a Primeira Grande Guerra e consequentes alterações geográficas vão torná-lo italiano. É o terceiro de oito irmãos de uma família modesta que sobrevive à custa do trabalho do pai.
Com o rebentar do conflito bélico, toda a família se vê obrigada a refugiar-se primeiro na Hungria, depois na Áustria. Durante esses anos de exílio, Maria partilha com o seu irmão Egídio o seu fervor pela eucaristia e a sua devoção a Maria.
Quando, por fim, a guerra acaba Egídio regressa à terra natal, Pola, onde trabalha com o pai na indústria naval como metalúrgico. Tem apenas catorze anos. Nos intervalos desse trabalho árduo, o jovem rapaz concentra-se no estudo pois quer progredir e contribuir para o sustento da família.

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Primavera 75 - MATTEO FARINA

MATTEO FARINA passou toda a sua vida em Brindisi (Itália).MATTEO FARINA 2
Nascido a 19 de setembro de 1990, faleceu 19 anos depois, a 24 de abril de 2009, com um tumor cerebral. Sua vida foi breve, mas intensa. Criança obediente, serena, sociável e curiosa por tudo à sua volta, cresceu rodeado do afeto dos pais, cúmplice de sua irmã e amigos, integrado na comunidade paroquial e apaixonado pela sua namorada. Como todos os jovens da sua idade, praticava desporto e amava a música, fundando mesmo uma banda, os “No Name”.
Excelente nos estudos, sua preferência voltava-se para a Química, projetando tornar-se, no futuro, engenheiro ambiental. Educado na fé, sempre revelou gosto pela participação na catequese e na eucaristia, e, diariamente, lia a Palavra de Deus e rezava.
Mas dois factos viriam marcar a sua vida. E a forma como os viveu fez a diferença.

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Primavera 74 - RACHEL JOY SCOTT

20 de abril de 1999: o Columbine High School, no estado do colorado – EUA, era notícia internacional.RACHEL JOY SCOTT
Um tiroteio vitimara 12 estudantes e um professor. Os autores, dois jovens alunos desse estabelecimento escolar, suicidaram-se de seguida. Pelo arsenal adquirido e explosivos espalhados em lugares estratégicos da escola, percebeu-se que tudo fora planeado para que fosse uma tragédia ainda maior. O massacre chocou o mundo e lançou inúmeros debates, sobre a violência, uso de armas, valores, etc., muitos dos quais continuam sem consenso nem resposta.
Entretanto, dentro de toda esse drama, uma história vale a pena ser conhecida: a da jovem RACHEL JOY SCOTT, a primeira a ser abatida, quando almoçava com um amigo no recinto exterior, naquilo que deveria ter sido um belo dia de primavera. Mas sua vida – e testemunho – revelou ser uma autêntica primavera de Deus.

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Primavera 73 - EMIL JOSEPH KAPAUN

É ao seu pároco que EMIL JOSEPH KAPAUN deve a oportunidade de ter sido ordenado padre, tal como sempre desejara.EMIL JOSEPH KAPAUN Seus pais, modestos camponeses de origem checa estabelecidos no Kansas, nos Estados Unidos, não tinham meios para financiar os seus estudos. Contudo, o jovem Emil recebeu deles uma fé profunda.
Ainda criança, Emil “brincava” à missa, imitando o P. Sklenar. Este, não duvidando da vocação do jovem rapaz, compromete-se em subsidiar-lhe os estudos. O adolescente, de forte carácter, generoso e atento aos outros, alcança a admiração unânime de todos, professores e companheiros, não apenas pelos seus excelentes resultados como também pela sua retidão, exemplaridade e alegria espontânea. O P. Sklenar convence o bispo de o aceitar no Seminário de Teologia.
Emil é ordenado sacerdote em Junho de 1940, com 24 anos. Nomeado vigário do seu próprio pároco, recebe também a capelania militar da base aérea de Herington. Em 1944, o P. Kapaun é transferido para outra base militar onde assiste 19 mil soldados, homens e mulheres numa altura particularmente delicada: os Estados Unidos estão na fase mais probante da guerra.

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Primavera 72 - MARIA TERESA GONÇÁLEZ-QUEVEDO

A 9 de junho de 1983, MARIA TERESA GONZÁLEZ-QUEVEDO era proclamada venerável pelo papa João Paulo II.MARIA TERESA GONZALEZ QUEVEDO
Esta jovem madrilena viveu apenas 20 anos, falecendo em 8 de abril de 1950.
Encontrava-se no noviciado das Carmelitas da Caridade, congregação onde optou por entregar sua vida, na oração e no apostolado ativo, com o desejo claro de trabalhar em terra de missão.
Mas esta opção vocacional não era, de todo, previsível para aquela a quem chamavam “Venenito”, em criança, de tão vivaz que era e agarrada à sua vontade própria.

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Primavera 71 - MARIA MARCHETTA

MARIA MARCHETTA é filha de camponeses italianos e a mais velha de cinco irmãos. Maria Marchetta CópiaMaria revela-se ser uma criança muito viva, exuberante e de forte carácter. Entre trabalhos do campo, escola e catequese, cresce rodeada de muitas amigas que a sua jovialidade e generosidade facilmente conquistam.
Mas a partir de Setembro de 1950, Maria ressente dores nas pernas, reforçadas por vertigens e náuseas. Tem apenas onze anos. Os médicos diagnosticam-lhe paraplegia flácida, patologia de evolução lenta que a tornará inválida e para a qual não se conhece cura.
Com doze anos, Maria encontra-se acamada a maior parte do dia, pois manter-se ereta causa-lhe fortes dores. Em 1956 não deixará mais o leito. Até ficar numa poltrona lhe causa náuseas e tonturas. Ao longo de quinze anos, a sua cama será o seu único lugar geográfico e espiritual.

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Primavera 70 - JACQUES FESCH

25 de Fevereiro de 1954, Paris, 18 horas: um cambista é assaltado e ferido à martelada no seu local de trabalho. JACQUES FESCH CópiaO agressor escapa-se, mas é perseguido por transeuntes. Em pânico, o ladrão dispara, ao acaso, sobre os seus perseguidores. Fatalidade: atinge mortalmente um polícia. O agressor é detido, encarcerado e condenado à morte, pena então em vigor em França.
Seu nome: JACQUES FESCH.
Tem apenas 24 anos. Nascido a 6 de abril de 1930, é filho de “gente bem”, mas cujo ambiente não é bom: os pais discutem constantemente. O pai anda sempre em viagens e demite-se da educação dos filhos. Na escola e, mais tarde, no trabalho, Jacques não consegue assumir nenhum compromisso duradouro. Uma tentativa de iniciar uma empresa acaba em falência. Nada do que empreende tem fim.

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