Escrito por P. Serafim Reis em . Publicado em Lectio Divina.
IMAGEM DE UM DEUS… FELIZ
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente. Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto - Leio pausadamente Mt 5,1-12. - Sublinho e anoto o mais significativo. Seguido por multidões, Jesus sobe a um monte e senta-se, como quem ensina. Aí profere o “Sermão da Montanha”, principiando com as Bem-Aventuranças.
PURI PEDRO – assim é conhecida Maria de la Purificación Pedro –, era assistente social filipina e leiga católica, quando é assassinada por soldados, sob a ditadura de Ferdinand Marcos. Nascida a 22 de setembro de 1948, obtém o diploma em ciências sociais na Universidade das Filipinas, em 1969. É nessa qualidade que trabalha na paróquia da Imaculada conceição, em Quezon City, a partir de 1970, depois de uma passagem no centro Nacional de Reabilitação para pessoas com deficiências físicas. Na sua nova missão, administra a creche paroquial, o grupo de costura para mulheres pobres e cuida do programa educacional de duas cooperativas, além de outras atividades ligadas à paróquia. Nesse mesmo ano, rebenta a chamada “Tempestade do Primeiro Trimestre”, período de distúrbios políticos, com fortes manifestações e protestos contra o regime.
SATOKO KITAHARA morreu de tuberculose aos 28 anos, depois de ter consagrado os seus últimos nove anos (desde o seu batismo) às crianças e habitantes de Arinomachi, um bairro de lata situado num dos lugares mais sinistrados de Tóquio, após a II Grande Guerra. Juntamente com o médico Paulo Nagai Takashi, é uma das figuras mais representativas do catolicismo japonês do século XX. Satoko nasce a 22 de Agosto de 1929. É a filha mais nova de uma família aristocrata japonesa, descendente dos antigos samurais e de sacerdotes xintoístas. A sua infância passa-se tranquilamente. Mas, em 1940, com a entrada do Japão na Guerra, a vida familiar perturba-se. O pai é enviado para a frente de combate, juntamente com um cunhado. O seu irmão mais velho é convocado para trabalhar na fábrica. Ela própria, após concluir os seus estudos secundários, irá lá trabalhar. Numa cidade continuamente bombardeada, o ritmo de vida passa a ser marcado pelas sirenes de alerta. À semelhança de milhões de concidadãos, Satoko vive com os nervos a flor de pele. Milagrosamente, escapa ilesa de uma bomba que caiu no seu lugar de trabalho, embora profundamente chocada.
BENEDETTA BIANCHI PORRO nasce em 1936, na Itália. Profundamente apaixonada pela vida, cedo a sua existência fica sujeita às doenças. Ao nascer, teve uma hemorragia inesperada. Alguns meses depois, contrai poliomielite que lhe deixa uma perna mais curta. Isso obriga-a a coxear, o que será fonte de muitas humilhações. Aos 12, traz um corpete apertado para corrigir uma escoliose provocada pela sua claudicação. No ano seguinte, sente uma dor obscura que a invade. Dar-se-á conta da sua situação quando começa a ficar surda. “Talvez um dia, não perceberei mais o que os outros me dirão, mas ouvirei sempre a voz da minha alma: é o verdadeiro caminho que tenho de seguir”. A coragem tem os seus limites. Entra numa fase de depressão. Então aplica-se. É excelente na escola apesar das suas limitações. A fé tornou-se a sua força. Em Setembro de 1953, apesar da sua surdez e de se apoiar numa bengala (com 17 anos!), Benedetta consegue ingressar na universidade de Milão. Aí, orienta-se para a medicina: quer ser missionária. Porém, aquilo que parece uma vitória é, pelo contrário, o princípio de muitas humilhações.
A 21 de janeiro de 1992, era assassinada MARTA OBREGÓN. Esta jovem espanhola foi vítima do então chamado "violador do elevador", em Burgos. Ao tentar defender a castidade, foi apunhala 14 vezes… o mesmo número de golpes que, quase um século antes, foram desferidos a Santa Maria Goretti, a menina de 12 anos, mártir da pureza. Mais, Marta foi morta na noite do dia de santa Inês, outra adolescente, virgem e mártir. Além das coincidências, fica o testemunho da sua vida. Era seu desejo, como escreveu: “Se eu pudesse dar exemplo com a minha vida…”
LAURA VICUÑA nasce no Chile, a 5 de abril de 1891. Pouco tempo depois, rebenta uma guerra civil no país. O Pai de Laura é um dos envolvidos na tormenta política. Acaba por falecer em pleno conflito. A viúva e as duas filhas, ainda jovens, ficam então sem recursos, vivendo quase na miséria. Perseguidas pelo seu nome, Laura, juntamente com a mãe sua irmã mais nova, são forçadas a buscar refúgio na vizinha Argentina. Transpõem as montanhas, que separam os dois países, chegando à cidade de Junin. Mercedes, a mãe, busca trabalho para sustentar as filhas. Vulnerável, cede a pressão de um homem abastado que a toma por amante, assegurando a sobrevivência da família e os estudos das meninas.
ALFIE LAMBE nasce em 1932 na Irlanda. Alfie (diminutivo de Alphonsus) é o oitavo filho de uma família de camponeses. Ama o campo, a caça, o futebol e a vida ao ar livre. Aos 16 anos convence o pai a deixá-lo entrar para a vida religiosa. “Queria fazer algo por Deus”. Mas o noviciado em Dublin revela-se difícil para ele. Tímido e diferente dos outros, vive isolado refugiando-se nos livros, todos eles sobre Nossa Senhora. Por causa da saúde precária e das dificuldades no relacionamento com os outros, é julgado inapto para a vida religiosa. Regressa a casa. Aí, dececionado, Alfie vive deprimido. Pouco depois, conhece o movimento da Legião de Maria: apostolado humilde e exigente, profundamente mariano e espírito de fraternidade. Inserido, sente-se rapidamente à vontade, renovado de entusiasmo e generosidade. Em poucas semanas, realiza que encontrou o seu caminho.