Primavera 60 - KARL LEISNER
KARL LEISNER é o único sacerdote ordenado num campo de concentração.
É, também, um dos religiosos mais conhecidos, entre os 2720, que passaram pelo campo de Dachau.
A 17 de dezembro de 1944, num bloco adaptado em capela, vestido com a roupa às riscas própria dos reclusos, Karl é secretamente ordenado pelo bispo francês de Clermont-Ferrand, Gabriel Piguet, também ele preso. A autorização do bispo da sua diocese, Clemens von Gallen, o “Leão de Munster” (assim chamado pela sua firme crítica contra o nazismo) fora obtida. Um detido confecionara um báculo (posteriormente usado por João Paulo II, na cerimónia da beatificação de Karl). Outros fabricaram uma mitra, um anel… tudo de forma clandestina. No campo, uma tenda vende, para o exterior, flores cultivadas pelos presos. Inma, uma jovem e assídua compradora, aproveita para fazer chegar, às mãos dos sacerdotes concentracionários, todo o necessário para a cerimónia: documento da autorização, óleos para a consagração, ritual, vinho e até um paramento.
Karl está feliz, mas esgotado pelas condições de vida e sua frágil saúde. Só conseguirá celebrar a missa solene dez dias depois. Será a sua primeira… e última.
Mas a história começa muito antes.
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apelidaram “Rosa Branca” (Die weiße Rose). Há nove meses que esta célula de resistência não armada opera na cidade de Munique. Hans Scholl, impressionado pelas homilias de von Galen, bispo de Munster, tomou a iniciativa. Cobrem os muros da capital da Baviera de palavras de ordem e espalham pela cidade panfletos que redigiram e imprimiram com os meios possíveis. Estendem sua ação a outras cidades, para onde se deslocam de comboio com malas repletas de prospetos. “Podes tu, cristão, hesitar ainda quando a conservação dos bens mais preciosos estão em causa, satisfazeres-te de um jogo de intrigas, adiar a tua decisão na esperança que outro tome as armas para te defender? Deus não te deu a força e a coragem de combater?”

