Primavera 63 - TOM MOREL
“Um cristão deve ser o primeiro em tudo, se quer que o seu cristianismo dê testemunho”. Esta frase bem pode resumir a vida e a atitude do jovem oficial do exército francês, TOM MOREL.
Théodose Morel (seu verdadeiro nome) nasce a 1 de Agosto de 1915, em Lyon. Recebe formação católica. Através do Escutismo, brota nele o desejo de aventura que o animará até ao fim. Durante a adolescência, revela-se um jovem cheio de vida: desportista, sério, brilhante nos estudos, apaixonado pela leitura dos grandes escritores. Personagens como Ernest Psichari, Charles Péguy ou ainda Charles de Foucauld, entre outros, vão moldar o imaginário e personalidade de Tom e muitos outros jovens da sua geração.
Sua paixão pelo exército e seus sonhos de glória encaminham-no, naturalmente, para famosa Escola militar de Saint-Cyr. No final, integra os caçadores alpinos onde seu carisma sobressai.
Em 1939, seu destino altera-se por completo, tal como para milhões de franceses, com a declaração de guerra à Alemanha nazi. No comando do batalhão de caçadores, nos Alpes, ilustra-se frente às tropas italianas. Com 24 anos, recebe várias condecorações de guerra.
Entretanto, com o armistício põe fim à guerra quando, nas montanhas, os franceses permaneciam invictos. Sua recusa da derrota levam-no a juntar-se à resistência que, entretanto, se organiza em todo o país. Mais uma vez, é ele que toma a chefia na sua região. Seu lema é “Viver livre ou morrer!”
Aplica-se em tudo, sobretudo nas suas responsabilidades: “Para ser chefe, é preciso ter prestígio; e este prestígio é necessário adquiri-lo pela generosidade, na entreajuda mútua, na dedicação… «Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos», disse Jesus; e se Ele permitisse que tal me fosse pedido a mim, oh, como eu Lhe agradeceria…”
É pois em Jesus que Ele encontra um modelo a seguir e um amparo: “Se eu não tivesse Jesus a meu lado, Ele que recebo cada manhã, eu sucumbiria sob o peso da minha tarefa”. “Eu só vivo bem no esforço. Procuro intensamente guardar esta juventude de carácter que consiste em recusar optar pela mediocridade.”
Tom procura ser íntegro em tudo o que vive. A propósito do casamento, escreve o seguinte a amigos: "O meu noivado é mais um esforço para alcançar o bem, uma nova tentativa para subir mais alto. Estamos decididos, eu e a minha noiva, em fazer de Deus o centro das nossas ações comuns..." Casa-se em 1938 e torna-se pai de três crianças.
Tom será morto, à traição, com 28 anos, a 9 de Março de 1944, por um oficial francês, colaboracionista dos alemães. Ele dissera, poucos dias antes da sua morte: “Faço sempre o que julgo ser o meu dever, nem que por isso tivesse de morrer”. Tinha também escrito: “Cultivo o prestígio, não por vã glória mas para elevar as almas a Jesus: Ele é o meu poço de energia; se Ele não estivesse no meu coração, sinto que nada poderia fazer”.
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