XVII Domingo Comum (C)
RESPIRAÇÃO DA ALMA
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Lc 11, 1-13.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Interpelados pelo exemplo de Jesus, os discípulos pedem-Lhe que os ensine a rezar. Jesus responde com a oração do Pai Nosso, uma pequena parábola e recomendações.
2. O que me diz Deus
- As palavras de Jesus são hoje para mim. Que experimento?
Este texto é uma catequese sobre a oração. As leves diferenças do “Pai Nosso”, nos evangelhos de Lucas e Mateus, provam que Jesus não quis ensinar uma fórmula, mas provocar uma atitude. No seu ensinamento, Jesus convida-me à intimidade com Deus, como Pai. Incita-me à constância, no ato de orar. Por fim, desafia-me a acreditar na eficácia da oração. Rezar é orientar toda a minha vida para Deus. Isso reflete-se na confiança com que peço e com que me comprometo, generoso, com Deus e os irmãos.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, ensina-me a orar. Experimento dificuldade em concentrar-me. Distraio-me continuamente. Por vezes, sinto aridez. Noutras, faltam-me as palavras… Mostra-me que oração não é o mesmo que emoção, que ela não se mede em dose de fervor. É, antes, confiança perseverante. É diálogo, encontro amistoso. Mais feito de escuta centrada, do que palavras enfileiradas. É respiração da alma.
Não és Tu que precisas de ouvir minhas preces. Sabes o que preciso. Sou eu, pois só uma oração escutada transforma. Assim é a única oração que ensinaste. Nela aprendo a ser filho consciente e confiante, um irmão solidário e comprometido. Necessito, ainda, crescer na perseverança. Se não deixar de Te procurar, encontrar-Te-ei em cada silêncio orante. Como filho, pobre e irmão, não deixarei de recorrer a Ti.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, rezando, escuto. Conheço-me. Percebo o que me queres dizer. Cresço. Assim, Te agradeço, louvo e contemplo. Interiormente.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Como rezo? Minha oração é feita mais de palavras ou de escuta?
- Rezo com perseverança e confiança?
- Acredito na eficácia da oração?
UM PENSAMENTO
“Deus não escuta as nossas palavras, se não é Ele próprio a pronunciá-las com os nossos lábios.” (Khalil Gibran)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de fazer da oração um verdadeiro encontro.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Ensina-me a rezar.
Não Te peço fórmulas
apenas desejo orar
com meus gritos contidos
e lágrimas por derramar,
soletrar o que me vai dentro,
destilando cada sentimento
em tuas mãos e coração.
As palavras gaguejam em mim.
Prefiro ser coração ouvinte.
Minha prece seja respiração
de fé e esperança, trilhando
a passagem por elas abertas,
rompendo o meu lacrado casulo
e tornar-me peregrino, fiado
de encontrar-Te em mim erguido.
UMA CANÇÃO
Kari Jobe – Find You on my knees
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