Domingo da Sagrada Família (B)
(A)BRAÇOS EM DEUS
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente o Evangelho Lc 2, 22-40.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Jesus, recém-nascido, é apresentado no Templo, cumprindo a tradição judaica. Aí, dão-se dois encontros: Simeão, guiado pelo Espírito Santo, reconhece naquele menino a “luz das nações” enquanto Ana, exultante, louva a Deus.
2. O que me diz Deus
- Imagino-me no Templo. Testemunho, vejo, ouço. Que sinto?
Maria e José cumprem a Lei judaica. Segundo esta, cada primogénito é sagrado e pertence a Deus, pois toda a existência é dom divino. A fidelidade à tradição do seu povo, faz da Sagrada Família o contexto favorável para que Jesus tome consciência da sua identidade e missão. Disponho-me a caminhar na fidelidade? Em Simeão, percebo a capacidade de reconhecer e acolher Deus na minha vida. Daí brota a fonte de alegria para mim. Mas tampouco a devo reter. À semelhança de Ana, devo anunciar a todos o que a fé gera em mim.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, contemplo a tua Sagrada Família. Nela, vejo como aceitaste, humildemente, dar os passos humanos de todos nós. ConTigo, dou graças pela minha família, pois por meio dela cresci e me tornei quem sou.
Hoje, sou eu quem Te acolhe. Assim o esperas. O Deus infinitamente grande, feito vulneravelmente pequeno. Tornas-me responsável pela tua “sobrevivência” em mim. Serei capaz de Te reconhecer em cada rosto, encontro e acontecimento? Como em Simeão, preserva em mim um coração jovem capaz de encanto e um olhar atento, apto a vislumbrar luz e esperança em tudo e em todos. Como Ana, esteja eu disponível em alegrar-me e anunciar a todos: Tu estás entre nós, ó Deus connosco! Recorda-me que não sou dono da tua vida em mim, apenas guardião.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, és a luz das nações e a glória do teu povo. Em meus braços Te refugias para, através de mim, chegares aos outros. É no silêncio do meu recolhimento que Te agradeço e contemplo. É com a minha alegria que Te louvo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
UM PENSAMENTO
“A alegria é a pedra filosofal que tudo converte em ouro.” (Benjamim Franklin)
PROVOCAÇÕES
- Que sentimentos e valores animam a minha família?
- Sou capaz de reconhecer os sinais da presença de Deus?
- De que maneira acolho Deus no meu quotidiano?
- Anuncio Deus entre nós através da minha alegria?
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de acolher a alegria de Deus em mim.
UMA ORAÇÃO-POEMA
A luz irrompeu na humanidade
rompendo a calada noite.
Manancial de toda a existência,
em braços de humana maternidade,
quis Deus ser enlaçado.
Mas, esbracejando
como quem espraia vitalidade,
reclama renovado regaço.
Outro Simeão ou nova Ana,
de olhar e coração abertos,
prontos a acolher em si esta Vida,
reconhecendo que nunca se retém
pois é ela que nos sustém.
Tamanho mistério este:
Deus e homem abraçados.
Um querendo abrigo;
o outro almejando um amigo.
UMA CANÇÃO
Josh Garrels – The light came down
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