O que é ser pastor numa Igreja sinodal?

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No passado dia 4 de abril de 2022, os seminaristas da etapa da Configuração II foram com o seu formador ao encontro do Padre Sérgio Leal, ao Porto, para um momento formativo sobre a sinodalidade. Depois da leitura do Documento Preparatório e o Vademecum do Sínodo "Por uma Igreja Sinodal - Comunhão, Participação, Missão" estávamos a precisar de "mergulhar" num testemunho mais vasto sobre a sinodalidade e nada melhor do que nos abeirarmos daquele presbítero da Diocese de Porto que tem vindo a aprofundar esta matéria nos seus estudos de pós-graduação em Roma e que teve a oportunidade de estar muito perto do Papa Francisco na realização do Sínodo sobre a Amazónia.

Com o Pe. Sérgio Leal, aprendemos que a sinodalidade, mais do que um conjunto de eventos, é um estilo de ser Igreja. Só seremos capazes de habitar o sentido do humano, de encarnar o evangelho em cada tempo e em cada lugar, se formos capazes de escutar os homens e mulheres do nosso tempo. Sinodalidade não é o trazer da democracia ou do parlamentarismo para a Igreja. A fidelidade criativa será sempre o melhor caminho para uma ousadia pastoral e para uma resposta mais real às necessidades de hoje.
A sinodalidade constitui, pois, a identidade da Igreja no caminhar em conjunto, caminho que Deus espera para a Igreja no 3º milénio. É fácil de explicar por palavras, mas é difícil de por em prática, pois implica escutar com humildade.
O caminho sinodal pode provocar desilusões, pois não significa a democracia a entrar dentro da Igreja. Mas também não constitui um poder despótico de uma hierarquia, embora implique uma organização hierarquizada. O caminho que Jesus nos deixou não se define pela palavra “mandar”, mas pelo verbo “servir”. Este verbo começa a conjugar-se com o tomar a palavra com liberdade e a escuta com humildade.
Como (futuros) pastores, como ouvimos e decidimos? Não como aquele padre que pergunta aos fiéis de que cor gostariam de pintar a igreja, tendo já comprado previamente a tinta, mas promovendo o diálogo entre a doutrina e a realidade.
Mais do que produzir e ler inquéritos, a sinodalidade implica rezar e pensar juntos, à luz do Espírito Santo, escutando e falando sem o peso de uma decisão, uma vez que esta é devida a quem de direito. Somos chamados a escutar acreditando na voz do Espírito, que, a partir do nosso discernimento, nos costuma dar respostas práticas, com benefício para o bem da nossa humanidade.

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