Primavera 92 - MARIA ORSOLA BUSSONE
MARIA ORSOLA BUSSONE nasceu a 2 de outubro de 1954.
Passou sua infância na sua terra natal, na província de Turim. Foi a primeira filha dos seus pais, Umberto, gerente de oficina e Luigina, dona de casa e habilidosa costureira. Posteriormente, viria seu irmão Giorgio, três anos depois, e com quem manterá um vínculo forte. Sua primeira escola é no lar familiar: aí vive uma serena vida cristã, sustentada na prática religiosa e onde se cultivam os valores do amor, da honestidade, sinceridade e trabalho.
Ainda criança. Frequentou o último ano da creche de Monasterolo, administrada por religiosas. A antiga diretora dirá mais tarde que “Ela era muito boa. Nos vinte anos que tenho jardim-de-infância não encontrei outra como ela.”
Mariolina, assim chamada pelos seus, era uma jovem de caráter extrovertido, jovial e espontâneo. Boa aluna, participava com entusiasmo dos jogos e demais atividades escolares ou paroquiais. Revelava também constante disponibilidade em ajudar quem mais precisava. Apaixonada por desportos, praticava natação, patinagem, esqui e bicicleta.
Maria amadureceu também a sua fé. Dois momentos contribuíram grandemente para seu crescimento interior. Em 1966, num retiro de três dias, o tema sobre a “glória de Deus” fascinou de tal modo Maria que se tornou uma constante razão de vida.
No ano seguinte, em junho de 1967, quando tinha 12 anos, juntamente com a família e outros paroquianos, Maria participou do primeiro encontro do Movimento Paroquial, ramificação dos Focolares, no Centro Mariápolis de Rocca di Papa. Aí entendeu que Deus é amor e que Jesus cria entre as pessoas a unidade que renova todas as coisas.
Essa experiência e espiritualidade marcaram profundamente a jovem e sua paróquia que entrou numa dinâmica de renovação comunitária. Nasceu um empenho apostólico traduzido em contactos com outras comunidades cristãs, entre grupos juvenis, através de encontros com sacerdotes e religiosos. Maria, empreendedora, envolveu-se pessoalmente em todos estes momentos. Querendo dar de si, aprendeu música, começou a cantar e tocar viola, partilhando assim a sua alegria de viver o evangelho. Entrevistada sobre a vida paroquial, Maria respondeu: “Para nós, jovens, isso é muito importante porque sentimos a necessidade de uma família onde os membros se amam e entendem nossos problemas. Quero esclarecer que não falo da família natural: falo da família espiritual, onde as nossas dificuldades são resolvidas porque somos ajudados a viver o Verbo da Vida e a amar Jesus Abandonado.”
Em abril de 1968, depois de participar no primeiro Congresso do Movimento Gen Europeu (jovens focolares), quis agradecer à fundadora, Chiara Lubich, a sua mensagem, partilhando o seu projeto de vida: “Compreendi que a chave da nossa alegria é a cruz, é Jesus Abandonado. Chiara, quero amar, amar sempre, ser a primeira a amar, sem esperar nada em troca. Quero ser um instrumento nas mãos de Deus seguindo a Sua vontade, e quero fazer tudo o que estiver ao meu alcance, porque esta é a única coisa pela qual vale a pena viver. Quero que todos os jovens descubram o que é a verdadeira felicidade e amem a Deus.”
Maria resumiu, concisamente, a missão de um cristão: Dar Deus aos outros.” Através do exemplo, da palavra e de uma profusa troca de cartas, nos encontros juvenis e jornadas de espiritualidade, Maria Orsola semeou Deus por onde passou.
A 10 de julho de 1970, quando participava de um acampamento juvenil de verão, como animadora, sofreu um acidente mortal ao ser eletrocutada com um secador de cabelo defeituoso. Tinha 15 anos e 9 meses.
Na segunda-feira seguinte, 13 de julho, mais de 2000 pessoas de 50 paróquias se congregaram nas suas exéquias, concelebrada por 30 padres. As testemunhas disseram tratar-se mais de uma festa do que um funeral, tal era o clima de oração e fé.
Em 1988, em Turim, são João Paulo II disse de Maria Orsola: “Ela aceitou o desafio de transformar sua vida num dom, e não numa posse egoísta.” Viva pela vida” foi seu lema.
Em março de 2015, a Congregação para a Causa dos Santos reconheceu as suas virtudes heroicas e proclamou-a venerável.
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