Primavera 77 - MÁRIO BORZAGA
MÁRIO BORZAGA, nasceu em Trento, nos alpes Italianos, a 27 de agosto de 1932.
É o terceiro de quatro filhos de uma família modesta.
Já no seminário, é cativado por um testemunho missionário. Tem então 20 anos. Decide ingressar no noviciado dos Oblatos de Maria Imaculada (OMI), uma congregação missionária, Quase nas vésperas de fazer os votos perpétuos, em 1956, Mário escreve seu diário: “Compreendi qual é a minha vocação: ser um homem feliz, até no esforço para me identificar com Cristo crucificado. Quantos sofrimentos ainda me esperam Senhor? Só Tu sabes. Eu, em todos os tormentos da minha vida digo ‘Faça-se a Tua vontade’”.
Em 1957, é ordenado sacerdote. Mário oferece-se para integrar um grupo de missionário que estão de partida para o Laos (entre o Vietname e a Tailândia), país em guerra e por evangelizar, num contexto de pobreza e sacrifício.
Aí chegado, o p. Mário tem de aprender a língua local, além de inúmeros conhecimentos necessários para a sobrevivência e assistência das comunidades. O clima, quente e húmido, e a guerra civil “compõem” o resto. O jovem missionário assimila de imediato o seu programa: crer, sofrer e amar. Terá de trabalhar na obscuridade, pacientemente e sem resultados imediatos. “Tudo Te pertence, Senhor, inclusive a inquietação, a angústia, o remorso, a obscuridade… Amo-Te porque és Amor.”
É enviado para uma aldeia, de etnia hmong, onde se vê sozinho, entre os indígenas de quem deve cuidar espiritual e humanamente. Sem descanso, entregue-se à evangelização, celebração de sacramentos e assistência, além de visitar as aldeias vizinhas. Para cúmulo, falam uma língua desconhecida. De temperamento tímido, Mário não desanima. Confia no Senhor, na certeza de se encontrar onde Deus o quer. Não se poupa na generosidade, conquistando o afeto o afeto do povo eu o chama de “Coração grave e sincero”.
No domingo 24 de abril de 1960, após a eucaristia, o P. Mário é abordado por um grupo de outra aldeia, à distância de três dias de marcha. Pedem-lhe que os visite e anuncie o Evangelho de cristo, esperando ainda cuidados médicos para seus doentes. No dia seguinte, a 25, dia de São Marcos, o missionário, acompanhado por um jovem catequista de 19 anos, Paulo Thoj Xyooj, põem-se a caminho. A viagem é perigosa, pois elementos da guerrilha comunista infiltraram a região. De facto, são intercetados por eles. O sacerdote, por ser estrangeiros, é acusado de ser americano. O catequista defende-o, intercedendo por ele. Sentenciados, são executados no local.
Um dos seus catequizandos, afirmará mais tarde: “Apreciava-o imenso e continuo a pensar muito nele: tinha um bom coração e era muito paciente. Gostava de toda a gente, era meu amigo e está morto… Era como se fosse meu pai.”
A 11 de dezembro de 2016, foram beatificados 17 mártires mortos no Laos, entre 1954 e 1970. Entre eles, está o P. Mário Borzaga. Ele tinha escrito: “Quero que cresçam em mim uma fé e um amor profundos e sólidos como a rocha. Sem eles, não posso ser mártir, pois a fé e o amor são indispensáveis. A única coisa que há que fazer é crer e amar”.
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