Primavera 54 - JOSÉ LUIS SÁNCHEZ DEL RÍO
JOSÉ LUIS SÁNCHEZ DEL RÍO nasceu no México, a 28 de Março de 1913.
Estudou na sua povoação natal, onde integrou o grupo local da Associação Católica da Juventude Mexicana. Aos 10 anos, já ensinava seus amigos a rezar e levava-os à adoração eucarística. Com apenas 14 anos, foi martirizado no dia 10 de Fevereiro de 1928.
Foi beatificado juntamente com outros mártires mexicanos da cruenta perseguição religiosa (1926-1929). Contra o ditador Plutarco Elías Calles e suas leis ainticristãs, levantou-se uma revolta popular conhecida como “guerra cristera”. Os “cristeros”, milhares de mexicanos, resistiram heroicamente à drástica proibição do culto público, encerramento de igrejas e expulsão ou assassínio de padres e religiosos.
Apesar de muito jovem, José Luis assistia como podia seus irmãos comprometidos na luta de resistência, na defesa dos seus valores e fé cristã. Era seu desejo alistar-se como combatente, mas sua tenra idade era impedimento. No entanto, acabou por ser aceite como auxiliar do exército cristero, ajudando em muitas tarefas e serviços.
Ao longo de um ano, Joselito (como era chamado) acompanhou a milícia em muitos confrontos contra o exército regular do governo comunista. Por ser o menor, José ia a frente com um estandarte com a imagem da Virgem de Guadalupe. Muitos morriam em combate. José escreveu à sua mãe: “Nunca foi tão fácil ganhar o Céu.”
Numa dessas lutas, o general dos cristeros perdeu o cavalo. Para que não fosse capturado, José ofereceu o seu: “Meu general, aqui está meu cavalo, salve-se o senhor, mesmo que me matem! Eu não faço falta, o senhor sim”. Assim, o jovem caiu nas mãos dos perseguidores. Tempos antes, tinha rezado junto ao túmulo de Anacleto González Flores, um dos mártires cristeros, assassinado por não ter renunciado à fé católica. Nessa ocasião, Joselito pedira a Deus “a coragem de testemunhar a verdade do Evangelho até à oferta plena da minha vida”.
Preso, foi ridicularizado, humilhado e torturado, intimado a abandonar a fé. Foi aliciado com dinheiro, carreira militar e vida nova nos Estados Unidos. O adolescente, porém, permaneceu irredutível. Apenas respondia com o grito simbólico dos católicos mexicanos: Viva Cristo Rei! Viva a Virgem de Guadalupe!”
Um dos testemunhos do martírio foi a carta que José enviou a sua mãe na segunda-feira 6 de Fevereiro de 1928, na qual dizia: «Minha querida mãe: Fui feito prisioneiro em combate neste dia. Creio que nos momentos atuais vou morrer, mas não importa, nada importa, mãe. Resigna-te à vontade de Deus; eu morro muito feliz porque no fim de tudo isto, morro ao lado de Nosso Senhor. Não te aflijas pela minha morte, que é o que me mortifica. Antes, diz aos meus outros irmãos que sigam o exemplo do mais pequeno, e tu faz a vontade do nosso Deus. Tem coragem e manda-me a tua bênção juntamente com a de meu pai. Saúda a todos pela última vez e tu recebe por último o coração do teu filho que tanto te quer e tanto desejava ver-te antes de morrer».
Perante a sua firmeza, foi sentenciado de morte. Os soldados cortaram-lhe a pele da planta dos pés e obrigaram-no a caminhar descalço pelas ruas até ao lugar da sua execução.
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