Primavera 53 - SANTA SCORESE

SANTA SCORESE nasce a 6 de fevereiro de 1968, em Bari, na Itália.SANTA SCORESE
Seus amigos a descrem-na como uma criatura “solar”. Desinibida, sempre alegre e, desde cedo, com um forte carácter. Decidida, inteligente e viva, foi dominando a sua força a favor dos estudos e, posteriormente, das suas aspirações. Até ao fim revela-se boa aluna, apaixonada pelos estudos, fiel na amizade e disponível para os outros. Depois do liceu inicia estudos em medicina com o mesmo entusiasmo.
Adora música, ler e os encontros de amigos e, simultaneamente, mantendo-se uma rapariga séria e simultaneamente risonha porque confiante, mas lúcida e independente: “Compreendo que tenho a minha própria história e que, comigo, Deus tem o seu próprio ritmo: é o que torna belo a aventura da vida.” Santa, é-o de nome, mas aspira a algo mais.

Deus tem o primeiro lugar na sua vida, antes mesmo da família e dos amigos. Herdou dos pais uma fé sólida, serena, formada no seio da paróquia, nutrida pela leitura e meditação do Evangelho, reforçada pela eucaristia quotidiana. É acompanhada pelo seu antigo pároco, com quem troca correspondência regular. Participa nas atividades paroquiais: catequese, coro, pastoral da caridade, visita aos doentes, idosos, famílias carenciadas… Interessa-se por tudo o que diz respeito à religião. Contacta vários movimentos eclesiais. Admira as Missionárias da Imaculada, de S. Maximiano Kolbe, ao ponto de começar a encarar seriamente a possibilidade da consagração.
Alguns dos seus amigos compreendem-na, outros não. Pouco importa. Ela não quer dar-se a Deus “a meias”. A opinião dos outros não pesará. Desde que se consagrou à Virgem Maria, em 1983, segue o seu caminho com segurança. À sua volta, todos admiram a coerência da sua vida e do seu pensamento, as suas certezas humildes mas firmes, a sua convicção inalterável de se saber amada por Deus e, por isso, saber que tem de corresponder-Lhe amando seus irmãos, servindo-os.
Serve Deus através do seu voluntariado na Cruz Vermelha, socorrendo os mais carenciados, e através da verdade, ousando falar de Cristo mesmo nos ambientes mais hostis, com simplicidade e convicção.
Sem se modificar, vive uma espiritualidade cada vez mais profunda desde 1987: “O importante é amar, mas amar por Ele e somente por Ele. O Amor não conhece barreiras, nem etiquetas, é o Amor e isso basta. Esse Amor tão ardente que penetra em ti e leva-te a comunicar o seu ardor a todos quantos te rodeiam. Sem dúvida, trata-se de um momento de graça para mim, embora eu tenha ainda de me esforçar no amor, recomeçando sempre, morrendo precisamente para mim mesma.”
Anuncia aos seus pais a sua decisão de integrar as Missionárias de Maria. Apesar da tensão provocada, permanece serena porque sabe-se chamada por Deus.
Mas quando o seu caminho parecia definir-se, surge o inesperado. Um rapaz, magro e moreno, começa a seguir Santa, assediando-a constantemente, com propostas e palavras despropositadas. No dia do seu aniversário é agredida por ele. A polícia diz nada poder fazer contra um rapaz desequilibrado, mas com cadastro limpo.
Amigos e família mobilizam-se para nunca a deixarem sozinha quando sai. Porém, o casamento da sua irmã e o afastamento progressivo das suas amigas, solicitadas pelos seus próprios compromissos, tornam sua situação mais vulnerável.
De nada valeram queixas apresentadas contra aquele louco que continua a persegui-la, durante três longos anos. Mesmo assim, Santa não perde o sentido da sua vocação, nem se distrai da oração e da prática sacramental, pois só em Deus encontra reconforto. Ao seu confessor, confidencia: “Se algo me acontecer, saiba que eu escolhi Deus!”
No serão do 15 de Março de 1991, Santa foi visitar uma família pobre da vizinhança. No regresso, à porta da sua casa, é novamente agredida. Desta vez é gravemente ferida com vários golpes de faca. Transportada de urgência ao hospital, tem de ser operada. Mas em vão. Na ambulância, tinha teve ainda a força de sorrir para a sua irmã que rezava, ao seu lado, e perdoar seu assassino. Tinha 23 anos.
Sua morte provocou uma viva emoção na sua cidade, Bari. Os que a conheciam reconheceram nela uma autêntica discípula de Cristo. Seu diário espiritual diz muito da profundidade espiritual que, entre lutas interiores, desenvolveu. A reputação de santidade não deixou de se espalhar levando à abertura da causa de beatificação em 1998.

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