PRIMAVERA 51 - Alois Andritzki

A 3 de fevereiro de 1943 morria ALOIS ANDRITZKI, em Dachau.ALOJS ANDRITZKI Cópia
Com uma injeção letal, era mais uma vítima dos horrores do campo de concentração. Mas Alois foi protagonista da sua vida, do princípio até ao fim.
Filho do professor local, Alois nasce a 2 de julho de 1914, num lar profundamente crente. É membro da comunidade sorábia, povo eslavo de tradição católica, que vive na região da saxónia, junto à fronteira germano-checa. É o quarto de seis filhos. Dos quatro rapazes, três tornam-se padres, enquanto o último morre na frente de guerra como seminarista.
Alois é ordenado em 1932 e é nomeado como vigário numa paróquia de Dresden. Depressa se destacam a exemplaridade da sua vida, seu fervor e sua devoção mariana. Dinâmico, empenha-se de forma destemida no apostolado. Isso, apesar de se expor ao perigo, pois o país entrou em guerra e a perseguição do regime nazi aos militantes católicos intensificou-se.

Na vigília de Natal de 1940, é detido pela Gestapo e submetido a interrogatórios. A 15 de julho decorre seu julgamento, acusado de forma caluniosa. Na verdade, reprova-se ao jovem padre o seu apostolado demasiado frutuoso e a sua influência junto da comunidade sorábia. É condenado a 6 meses de prisão. No dia em que finda a sua detenção, é transferido para outra cela, sem explicações. É 15 de agosto, dia da solenidade da Assunção de nossa Senhora. Alois vê nessa coincidência um sinal de Maria, que lhe concede a graça do martírio. Em outubro de 1941 é deportado para Dachau, com outros doze sacerdotes. Entre 1938 e 1945, 2720 padres, religiosos e seminaristas foram para aí levados, dos quais 1034 pereceram.
Um dos sobreviventes do grupo recorda: “Prometemo-nos três coisas: nunca nos queixarmos, nunca perder a nossa dignidade, nunca esquecer que éramos padres. Alois cumpriu de forma heroica. Era estimado por todos pela sua capacidade em manter-se prestável e sereno no meio de tantos horrores. Sempre que pudesse, ajudava os companheiros, particularmente os mais velhos e fracos. E entretinha-nos com os seus dons artísticos. Era um pequeno Dom Bosco.” Alois era um atleta e ginasta. Enquanto teve forças, caminhava sobre as mãos e fazia outros malabarismos. Também pintou um quadro da Sagrada Família para a capela do bloco 26, onde os presbíteros se encontravam detidos.
Outro sacerdote lembra: “Enquanto os outros se lamentavam, Alois mostrava-se calmo e sorridente. Sempre afável, tinha uma palavra de conforto ou um gracejo para cada um. E todo aquele que o encontrasse pela manhã estava assegurado de passar um dia sereno.”
Em janeiro de 1943, contrai tifo. É transferido para a enfermaria. Mesmo sem forças e apesar das dores, reconforta os outros doentes. É um apostolado insuportável para os seus algozes. Ao pedir os últimos sacramentos, como resposta, é-lhe administrado uma injeção mortal.
A 13 de junho de 2011, o padre Alois Andritzki foi beatificado, na cidade de Dresden, onde iniciara o seu sacerdócio.

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