PRIMAVERA 29 - Egied Van Broeckhoven

A 22 de dezembro nascia EGIED Van BROECKHOVEN, em Antuérpia.egied van broeckhoven sj 2 Cópia
Perdendo a mãe, poucos dias após o seu parto, é educado pelos tios.
Aos 17 anos entra para a Companhia de Jesus e é ordenado sacerdote em 1964. Decide então ser “padre operário”, apóstolo de Cristo no meio proletário muito descristianizado. A vida contemplativa atrai-o muito, mas após longa reflexão, percebe a possibilidade e urgência de testemunhar Cristo na sociedade, conciliando intimidade com Deus e proximidade com os outros.
Para ele, o princípio e o fim do apostolado é o Amor: «Não devemos, em primeiro lugar, proclamar a história da salvação mas, antes de mais, sermos nós mesmos um capítulo dessa história». Trata-se de pregar pelo exemplo mais do que pretender convencer pela palavra. “Tornar-me mensageiro do amor de Deus”. Seu projeto de vida é viver a amizade de Deus Trinitário com os homens, seus irmãos: «amar Deus para os homens, amar os homens para Deus, entreamar-se uns para os outros». Totalmente consagrado a Deus, é delicado no trato, humilde e puro na relação com todos. Escreve no seu diário: «O celibato é uma imersão no amor, não uma recusa do amor: é um mergulho na sua fonte.»

Estabelece-se em Anderlecht, periferia de Bruxelas. Passa por diversas fábricas de metalurgia, na capital belga. É despedido quando descobrem que é padre. O trabalho é duro e esgotante, mas Egied é feliz por estar exatamente como os outros e assim “poder testemunhar de modo mais profundo um amor mais humilde, mais acolhedor, discreto e sem pretensões”. Seu propósito é amar “os pobres mais próximos”, os “invisíveis” nas grandes cidades. Fiel à eucaristia e à oração, Van Broeckhoven vê na sua presença na fábrica como meio para construir o Reino de Deus.
Nos seus escritos, aprofunda a reflexão sobre a amizade como meio privilegiado para fazer resplandecer a presença oculta de Deus. É o que ele chama de “transparência” da amizade, que desenvolverá com colegas de trabalho, além de todas as diferenças religiosas ou culturais. Um sindicalista comunista dirá dele, após sua morte: “para mim, Egied é Cristo”. Sua presença não se justificava como projeto social, mas antes como expressão do desejo de encontrar Deus: “o apostolado é a amizade mais profunda”.
Na manhã de 28 de Dezembro de 1967, é vítima de um acidente de trabalho, na fábrica metalúrgica de Anderlecht. Tinha 34 anos. A todos, deixa consternados: trabalhador consciencioso e excelente camarada, era amado e estimado por colegas e responsáveis. É pelo seu diário que se virá a conhecer a grandeza e profundidade da sua vocação e espiritualidade.

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