PRIMAVERA 8 - Salvo D'Acquisto
A 15 de outubro de 1920, nascia SALVO D’ACQUISTO, em Nápoles.
Incorporado entre os carabinieri, pouco antes do início da II Guerra Mundial, oferece-se como voluntário para combater na Líbia. Ferido, regressa à Itália, termina a instrução para oficial e é enviado para a região de Torrimpietra, zona pouco segura que separa a região norte italiana ocupada pelos alemães e o sul do país nas mãos das tropas americanas que avançam inexoravelmente. Homem do dever, Salvo é, antes de mais um cristão convicto. Da sua família, herdou uma fé sólida e uma grande generosidade. Alia coragem, determinação, lealdade e um sentido apurado da honra. Todas essas qualidades valeram-lhe a consideração dos seus superiores, o respeito dos seus homens e uma real popularidade entre os habitantes locais. Todos conhecem a sua piedade pela sua participação regular na eucaristia e não tem vergonha de afirmar a sua fé.
Em Setembro de 1943, uma explosão rebenta numa antiga instalação militar, nas redondezas. Dois soldados do exército alemão, que ocupa já a região, morrem e outros dois são feridos. Evoca-se, então, um atentado que nunca será provado. Em represália os germânicos prendem 22 residentes, ameaçando-os de serem fuzilados.
Salvo D’Acquisto, provisoriamente no comando dos carabinieri, é intimado a designar o responsável do atentado. Salvo, calmamente, tenta explicar aos alemães que se tratou de um acidente e, por isso, nenhum deles é culpado. Como resposta e golpeado e insultado.
Os detidos são coagidos a cavar as suas próprias covas. Todos serão executados. Perante isso, Salvo pede para ser ouvido pelo oficial alemão. Alguns instantes mais tarde, os reféns são libertados. O brigadeiro italiano coloca-se, entretanto, diante do fosso cavado. Imediatamente é abatido. Fiel à sua fé – “não há maior prova de amor que dar a sua vida pelos seus amigos” (Jo 15, 13) – e em perfeita coerência com o seu ideal e tradição gloriosa dos carabinieri italianos, Salvo D’Acquisto ofereceu-se para assumir a responsabilidade do atentado, contanto que os reféns fossem libertados.
A 15 de Fevereiro de 1945, Salvo D’Acquisto recebe a título póstumo a medalha de ouro do valor militar pelo “seu exemplo luminoso de altruísmo, levado ao extremo renunciando à sua vida”. Entretanto, soube-se que a explosão fora acidental.
A reputação de santidade de Salvo ultrapassou rapidamente a fama de herói. Tornou-se uma das figuras mais amadas pelos católicos italianos, particularmente dos jovens. A causa de beatificação foi aberta na qualidade de mártir da caridade. Os seus restos mortais repousam na basílica de Santa Chiara de Nápoles e o seu túmulo é alvo de numerosas peregrinações.
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