XX Domingo Comum (A)
MIGALHAS CHEIAS DE DEUS
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Mt 15,21-28.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Uma mulher estrangeira suplica a cura da filha. Jesus parece reservar o “pão” aos judeus. A persistência da fé da mulher alcança satisfação e realce por parte de Jesus.
2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
A resistência de Jesus perante a aflição daquela mulher deixa perplexo. Os versículos anteriores esclarecem. Pedro fora tido como “homem de pouca fé”. Hoje, Jesus elogia a “grande fé” daquela mulher. E quanto à minha fé? Como a classifica Jesus?
Entretanto, os fariseus acusaram os discípulos de não respeitarem os ritos legais. Jesus responde que a pureza não é exterior, mas interior. A mulher do evangelho, apesar de estrangeira, é suficientemente pura para comer “o pão dos filhos”. À fé soube juntar humildade, confiança, perseverança e persistência. E eu?
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, como os teus discípulos, estou mais atento ao que me incomoda do que às necessidades dos outros. Perante injustiças, mais prontamente julgo do que resolvo. Duvido, calculo, resisto. E, quando faço o bem, não o realizo de forma totalmente desinteressada. Peço-Te que me purifiques o coração e o olhar.
Como Tu, admiro a fé daquela mulher: humilde mas persistente, audaz e lúcida. Faz-me crescer na fé. Nas adversidades, tenha eu a mesma confiança e perseverança.
Ajuda-me, sobretudo, a perceber a importância das “migalhas” que povoam o meu quotidiano: pequenos gestos de amor, modestos sinais de atenção, humildes marcas de esperança. Assim cresce e amadurece a fé, capaz de reproduzir e espalhar pequenas sementes de fé e bondade na existência de quantos me rodeiam.
Afinal, tanto o bem quanto o mal, crescem pelas pequenas coisas diárias.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, sentas-me à tua mesa. Mesmo sentindo-me “cachorrinho”, tratas-me como filho. Cada migalha da tua misericórdia é graça infinita. Agradeço, louvo e contemplo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Minha oração é humilde, confiante e perseverante?
- Transmito aos outros esses valores?
- Minha atuação no quotidiano é conforme?
- Sei reconhecer a importância das pequenas coisas diárias?
UM PENSAMENTO
“Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza.” (Rabindranath Tagore)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de valorizar as pequenas coisas do quotidiano.
UMA ORAÇÃO-POEMA
No confim íntimo da existência,
a dor, aguda e muda.
A todos irmana e molda
conterrâneos e consanguíneos
de um mesmo barro.
Incontida, busca suplicante,
perseverante e persistente,
confiante, mas humilde
a paz e o bálsamo.
A dor e a cura
sentam-se à mesma mesa,
inquilinos do Teu abraço.
E eu, caçador de grandezas
descubro que o todo
está no quase nada.
Em cada migalha, com sabor a Deus,
sacia-se a fome, minha dor-mor.
UMA CANÇÃO
Kari Jobe – Always enough
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