V Domingo da Quaresma (A)
IR PARA FORA, CÁ DENTRO
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Jo 11,1-45.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Perante a morte do seu amigo Lázaro, Jesus revela-se totalmente homem, chorando, e plenamente Deus, devolvendo-o à vida. Suas palavras e gestos suscitam fé e glória a Deus.
2. O que me diz Deus
- Que pensamentos e sentimentos despertam em mim esta passagem?
No quarto Evangelho, a devolução à vida de Lázaro remete para o maior sinal: a morte e ressurreição de Jesus. Ao “deixar passar” dois dias, Cristo torna o tempo divino. Tal como Lhe ocorrerá, é ao terceiro dia que a ação salvífica de Deus eclode: Jesus dirige-se a Betânia; desafia e fortalece a fé de Marta e Maria; por fim, resgata o amigo da morte. São também reveladas as emoções do Mestre: comove-se, perturba-se, chora, brada. Tudo por amor. A Boa Nova é que Deus continua a chorar comigo e a amar por meio de mim. Hoje.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, tuas palavras desafiam a fé. Por meio de Ti, a vida revela-se mais forte que a morte. Pedes-me que saia dos meus “túmulos”, de tudo quanto me aprisiona interiormente: medo, desespero, autossuficiência egoísta, indiferença… Queres-me de pé perante a adversidade, realista e confiante na tempestade. Por tudo isso, bradas com voz forte: Vem para fora!
Tantas atitudes, em mim, declaram morte espiritual e atrofiam o coração. Diante de Ti, analiso os meus sentimentos atuais. Cura-me do egoísmo! Liberta-me da opressão dos pensamentos negativos!
Como confiar, nestes tempos incertos e difíceis? Reconheço: falho-Te muitas vezes, mas quero ser teu amigo. Sei, sobretudo, que me queres Bem. E, nesta hora, preciso de Ti… Dá-me força e coragem, a mim e a todos, para lutar e sair dos nossos males.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, Tu és a força e coragem da vida em mim. Como Lázaro, reergues-me. Por isso, Te louvo e abandono-me nas tuas mãos. ConTigo, fico em paz.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Acredito que o Deus de Jesus é o Deus da vida?
- Estou comprometido na libertação dos outros?
- Nesta Páscoa, que farei pela minha libertação e pela dos outros?
UM PENSAMENTO
“O verdadeiro inimigo da morte não é a vida, mas o amor”. (Ermes Ronchi)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça da confiança no meio da tormenta.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Senhor, teu amigo está enfermo…
Dias de espera sabem a eternidade
quando percebo o fim sem amanhã
e parece tardia a Tua voz,
em meu entardecer.
Eu creio: serás ressurreição e vida.
Mas, em mim, é a morte quem soluça
em medos sepultada, paralisante.
Inconformado, bradas:
Vem para fora!
Pode a humana dor estremecer o divino?
Sim. Do teu coração que chora, aprendo:
Ressurreição e vida são para o presente
tendo a fé por lugar e o amor por força.
Por Ti, evado-me de mim mesmo.
Hoje!
UMA CANÇÃO
Zach Williams – Rescue Story
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