XXI Domingo Comum (C)

O ÚLTIMO COMO PRIMEIRO21 COMUM C

LECTIO DIVINA – Um Roteiro

0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.

1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Lc 13, 22-30.
- Sublinho e anoto o mais significativo.

Jesus é questionado sobre o número daqueles que se salvam. Sua resposta não diz quantos, mas como alcançar a salvação: “esforçai-vos por entrar pela porta estreita.”

2. O que me diz Deus
- Que me fazem pensar e sentir as palavras de Jesus?
O número de salvos não está definido. Não corresponde a vagas limitadas para privilegiados. A salvação é para quem se decide por ela. É, por isso, aberta a todos, do Oriente e do Ocidente. Mas tem as suas condições. Como diz São Paulo, a vida de fé é um combate: exige trabalho, esforço, opção contínua. Pertencer ao Reino depende da minha adesão a Cristo e à sua Palavra, tornando-a prática de justiça, paz e bem. Não me basta estar “por perto” do altar. Minha vida é que é chamada a ser altar de Deus.

3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, também eu gostaria de saber se são muitos os que se salvam. Quantos mais, maior hipótese tenho de estar entre eles. E menor a “taxa moderadora” a pagar.
Por azar, não me garantes quantidade, mas responsabilidade. A salvação está “paga”. Porém, requer o meu esforço. É dom, não só para mim, mas para muitos outros. Julgo-os últimos, mas são primeiros para Ti. Mais que frequentadores de templos, são praticantes de justiça e verdade. Torna-me último, para ser dos primeiros.
A porta que indicas é estreita, mas aberta. Centrado nos meus méritos, a vaidade e a presunção tornam-me demasiado inchado para passar por ela. Fixado na tua bondade, em humilde gratidão, apequeno-me o suficiente para entrar por ela. Com o meu compromisso perseverante, ajuda-me a traduzir as tuas palavras em obras. Só assim me reconhecerás como teu… entre muitos.

4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, Tu és a porta pela qual me chamas à humildade. Com a tua ajuda entro, para Te louvar e agradecer, Te contemplar e adorar.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.

PROVOCAÇÕES
- Vivo a fé na facilidade ou no compromisso diário?
- Quais as portas estreitas do meu quotidiano?
- Disponho-me a ser último, atento aos últimos?

UM PENSAMENTO
“Quem te criou sem ti, não te pode salvar sem ti.” (Santo Agostinho)

UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de O escolher como minha porta.

UMA ORAÇÃO-POEMA

Por essa porta me chamas,
a entrar no Teu mundo novo.
Insistes que está bem aberta.
A mim, afigura-se-me estreita
pois sonho com elas alargadas.

Não quero ser dos que ficam fora,
desabrigado, por ter vista curta.
Não basta partilhar praça e mesa
fingindo escutar e conhecer-Te…
Cheio de mim, a porta apequena-se.

São poucos os que se salvam!?
Erguido, na soleira, me esperas
não sozinho, mas antes abraçado
a todos os últimos, teus prediletos
que ornam meu oriente e ocidente.

UMA CANÇÃO
Kristene Mueller (DiMarco) – Homeward Bound

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