XV Domingo Comum (C)
DE OLHOS E CORAÇÃO ABERTOS
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente Lc 10, 25-37.
- Sublinho e anoto o mais significativo.
Um doutor da lei interroga Jesus sobre o que fazer para herdar a vida eterna. À pergunta “Quem é o próximo?”, Jesus responde com a parábola do “Bom Samaritano”.
2. O que me diz Deus
- Estou atento ao diálogo e à parábola de Jesus. Que experimento?
À tentativa ardilosa do doutor da lei, Jesus replica com um ensinamento: o amor não pede discursos, mas ação. Mais, exclui qualquer preconceito. Assim, ao escolher um samaritano (impuro segundo os judeus) refere que o amor não nasce de uma qualquer pertença religiosa. O amor é que exprime genuinamente a nossa relação com Deus. Jesus também inverte a questão: não sou eu que defino quem é o meu próximo. Este é que deve reconhecer em mim o rosto de quem se torna próximo da sua situação.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, quero herdar o teu Reino. Porém, este só se alcança vivendo o mandamento do amor. Para isso, tenho de amar-Te com total devoção e ao próximo com plena identificação. O problema é que seleciono pessoas ou calculo a oportunidade do apoio. O amor não tem fronteiras. Ajuda-me a não fazer aceção de pessoas.
Senhor, a tentação de chegar a Ti a passos largos, sem desvios, esquivando os outros para não me “atrasarem” é bem real. Sempre arranjo uma boa e santa desculpa para me autodispensar. Mas equivoco-me ao antepor o cumprimento de regras ao amor, à solidariedade, à humanidade. O amor não é um prémio. É ver e responder à realidade.
Afinal, não tenho próximo se não me tornar eu mesmo próximo dos outros. Na verdade, só saberei das suas carências, aproximando-me.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, és misericordioso. É de Ti que aprendo a compaixão. É conTigo que a vivo. Por esta preciosa lição, agradeço, louvo e contemplo.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
PROVOCAÇÕES
- Quem são aqueles que evito e porquê?
- O que posso oferecer aos “feridos” que encontro no meu quotidiano?
- Aceito o desafio de me tornar próximo daqueles que cruzar no meu caminho?
UM PENSAMENTO
“Uma Igreja verdadeira é, antes de tudo, uma Igreja que se parece com Jesus.” (José António Pagola)
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de ter um olhar e coração compassivos.
UMA ORAÇÃO-POEMA
Nenhuma herança se compra.
Vive-se dela por antecipação
sendo filho… sendo irmão
no caminho, de pé ou caído,
abraçando-se pedinte e benfeitor
sem saber quem mais dá ou recebe:
o amor tanto cresce no que tem,
como naquele que dele carece.
Quem é o meu próximo?
O caído, o frágil ou estranho…
Só a compaixão é clarividente.
Senhor, dispõe dos meus pés e mãos
e a voz seja grito de quem não ousa.
Aprimora, com a Tua misericórdia,
meu coração para tanta miséria.
Que dou que não tenha recebido?
UMA CANÇÃO
Tenth Avenue North (feat. Derek Minor) – For those who can’t speak
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