XVIII Domingo do Tempo Comum (A)
MULTIPLICAR O CORAÇÃO
LECTIO DIVINA – Um Roteiro
0. Preparo-me
Procuro um lugar adequado e uma boa posição corporal. Respiro lenta e suavemente.
Silencio os pensamentos. Tomo consciência da presença de Deus, invocando o Espírito Santo.
1. O que diz o texto
- Leio pausadamente o Evangelho Mt 14,13-21.
- Sublinho o importante; anoto o mais significativo.
Ao receber a notícia da morte de João Batista, Jesus decide retirar-se para um lugar ermo. Ao chegar, depara-se com uma multidão que O espera. A compaixão de Jesus centra-O nas necessidades presentes, desafiando os discípulos a fazer o mesmo.
2. O que me diz Deus
- Imagino-me presente neste episódio como testemunha e participante. Que sinto?
Ao querer retirar-se, Jesus revela o quanto a morte de João O afeta. Precisa refletir. Que rumo dar à sua missão? A “inesperada” multidão (com suas carências diversas) mostra-Lhe a resposta. Jesus passa da dor pessoal à dor dos outros, encontrando aí forma de concretizar a urgência do Reino. Das parábolas (ver domingos anteriores) passa aos gestos: cura doenças e fomes. Mais, interpela-me a atuar com a mesma compaixão: a pobreza pessoal (5 pães e 2 peixes) não serve de desculpa mas de oportunidade. O milagre é multiplicar gestos de amor e partilha no meu quotidiano.
3. O que digo a Deus
- Partindo do que senti, dirijo-me a Deus, orando (de preferência com palavras minhas).
Senhor, sou tentado a fechar-me em mim quando sou tocado pela dor e aflição. Mas Tu ensinas-me a sair do meu mal e ver a dor dos outros. Dando-me, aliviando as feridas alheias, curo as minhas. Torna meu olhar mais compassivo.
Perante os problemas e desafios, tendo a fixar-me no que me falta. Tu, porém, convidas-me a centrar-me no que já sou e possuo. Duvido se saberei dar o último passo quando Tu, simplesmente, me pedes que dê o primeiro. Assim nascem os milagres. Torna meu coração mais confiante e audaz.
Senhor, ajuda-me a não temer partilhar os meus cinco pães e dois peixes. Ainda que pareça pouco, sei que o desdobrarás. Dá-me a ousadia de passar aos gestos que multipliquem amor e solidariedade. Torna minhas escolhas e decisões mais generosas e solidárias.
4. O que a Palavra faz em mim
- Contemplo Deus, saboreando e agradecendo.
Senhor, a tua compaixão por mim e por todos é inesgotável. Nela eu confio. Nela saberei sair de mim mesmo. Através dela chegarei aos outros. Ela é o verdadeiro milagre. Por isso Te louvo e agradeço. Em silêncio, Te contemplo e adoro.
Inspira-me o que esperas e mereces de mim. Apoiado em Ti, comprometo-me em algo oportuno e alcançável, crescendo na minha relação diária conTigo e com os outros.
UM PENSAMENTO
“Não se enriquece com o que se recebe, mas com o que se dá.” (Jean Flory)
PROVOCAÇÕES
- Meu olhar sobre os outros é compassivo?
- Perante os desafios, busco soluções ou fugas?
- Sei repartir o que tenho e o que sou?
- Além de “coisas”, sei dar Cristo aos outros?
UM DESAFIO
Pedir ao Espírito Santo a graça de sempre buscar soluções em vez de desculpas.
UMA ORAÇÃO-POEMA
O meu olhar bem viu
Mas a vontade hesitou.
A mente, complacente
Especulou, descomprometida.
Perita, congeminou uma escusa
Pronta, oportuna e costumeira.
Mas…
O Teu olhar já antes vira
E, agora, afoito desafia:
À despedida, fácil e conveniente
Propõe antes uma útil solução.
Cinco pães não passam de migalha!?
Dois peixes fazem magra pescaria!?
Pois leveda-os de amor e compaixão.
Das tuas mãos, dá-me o teu nada;
Porei o tudo, multiplicado de sobejo
Que, pelas tuas mãos, darei a muitos.
Assim mudado, serás tu meu milagre.
UMA CANÇÃO
Zach Williams - Less Like Me
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